Logo_1M2_Horizontal_Claro

Como é calculado o IGP-M?

Calculadores e canetas sobre papéis com gráficos financeiros, representando a análise detalhada envolvida em ‘Como é calculado o IGP-M

Sumário

Resumo deste conteúdo

Aqui falamos do cálculo e a importância do IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado), composto por três subíndices principais: o Índice de Preços por Atacado (IPA), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC). Discute-se também a sensibilidade do IGP-M às flutuações do mercado atacadista e suas implicações nos reajustes de contratos, especialmente de aluguel. Além disso, são apresentadas alternativas ao uso do IGP-M, como a substituição pelo IPCA ou a criação de um índice específico para o setor imobiliário. Por fim, também falamos das oportunidades de investimento ligadas ao IGP-M e as implicações de sua aplicação.

Já se perguntou como é calculado o IGP-M?

Se você não sabe, o IGP-M, conhecido como a “inflação do aluguel”, é um dos mais importantes indicadores econômicos do Brasil, refletindo a variação de preços no mercado. 

Ele é composto por três índices: 60% do Índice de Preços por Atacado (IPA), 30% do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e 10% do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).

Mas a relevância do IGP-M vai além dos contratos de locação, influenciando também reajustes em prestação de serviços, tarifas públicas e até mesmo em alguns títulos do Tesouro Direto, que são corrigidos por este índice. 

Recentemente, o IGP-M tem apresentado taxas de variação superiores às do IPCA, índice oficial de inflação do país, principalmente devido à sua maior sensibilidade às flutuações do mercado atacadista. 

Isso pode levar a distorções quando utilizado para reajustes de longo prazo, como é o caso dos alugueis, podendo resultar em aumentos que não correspondem à realidade econômica dos inquilinos.

Por essa razão, tem-se discutido alternativas ao uso do IGP-M para reajustes de aluguel, como a adoção do IPCA ou a criação de um índice específico para o setor imobiliário, que reflita de maneira mais fidedigna as variações de custo pertinentes a esse mercado. 

Fique com a gente, pois aqui vamos discutir:

  • Como é calculado o IGP-M;
  • Quais são os componentes do IGP-M;
  • Por que o IGP-M é tão importante?
  • Por que preciso saber como é calculado o IGP-M?
  • E muito mais…

O que é IGPM?

O IGP-M, ou Índice Geral de Preços – Mercado, é parte integrante de um sistema mais amplo de índices que monitoram a inflação no Brasil. 

Criado no final dos anos 1940, o IGP-M foi desenhado para capturar a movimentação dos preços em várias etapas do processo produtivo, desde a matéria-prima até o produto final disponível ao consumidor.

Este índice é dividido em três componentes principais, cada um com seu peso específico na composição final: o Índice de Preços por Atacado (IPA), que representa 60% do índice total e reflete os preços no atacado; o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com 30%, medindo a variação de preços no varejo; e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que corresponde a 10% do índice e avalia os custos na construção civil.

Além de sua aplicação em contratos de aluguel, o IGP-M é utilizado em ajustes de tarifas públicas e contratos de longo prazo, como os de fornecimento de energia elétrica e serviços de telefonia. 

No entanto, sua volatilidade pode ser uma desvantagem, pois reflete não apenas as mudanças na economia interna, mas também as flutuações nos mercados internacionais, especialmente no que diz respeito a commodities e produtos básicos.

Por conta dessa volatilidade, tem-se discutido a possibilidade de substituir o IGP-M por índices que possam oferecer uma medida mais estável e representativa para certos tipos de contratos. 

Essa discussão é parte de um esforço contínuo para garantir que os índices econômicos utilizados reflitam de maneira precisa as condições do mercado e não imponham encargos desproporcionais a nenhuma das partes envolvidas em contratos indexados.

Como é calculado o IGP-M?

O IGP-M é calculado mensalmente pela Fundação Getulio Vargas (FGV) através de um processo meticuloso que reflete a variação de preços em diferentes setores da economia brasileira. 

A coleta de dados é realizada continuamente ao longo do mês, abarcando uma ampla gama de produtos e serviços em várias regiões do país. 

O Índice de Preços por Atacado (IPA), que tem o maior peso no cálculo do IGP-M, mede a variação dos preços no atacado e é responsável por 60% do índice. 

Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com 30% de peso, reflete as mudanças de preços no varejo para o consumidor final. 

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que compõe os 10% restantes, avalia os custos na construção civil.

Os preços para o IPA são coletados do primeiro ao último dia do mês de referência, enquanto os do IPC e do INCC seguem períodos específicos que garantem a representatividade dos dados. 

Após a coleta, os preços são comparados com os do mês anterior para calcular a variação percentual. 

Essas variações são então combinadas, respeitando os respectivos pesos de cada índice, para formar o IGP-M final, que é expresso pela fórmula:

IGPM = (IPA x 0,5) + (IPC x 0,3) + (INCC x 0,1)

A FGV compila e divulga os resultados no final do mês de referência ou no início do mês seguinte, fornecendo assim um indicador atualizado da inflação. 

Devido à sua composição, o IGP-M é sensível às variações cambiais e aos preços internacionais, especialmente de commodities, o que pode resultar em variações distintas em comparação a outros índices focados mais no consumo interno.

Quais são os componentes do IGP-M?

O IGP-M é composto por três subíndices principais: IPA, IPC e INCC.

É sobre eles que vamos falar agora.

Índice de preços ao Produtor Amplo (IPA)

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) foi estabelecido em 1947 como uma ferramenta para acompanhar a variação dos preços no atacado, servindo como um indicador precoce das tendências inflacionárias que poderiam afetar toda a cadeia produtiva e, consequentemente, o custo de vida da população.

Índice de Preços ao Consumidor (IPC)

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), também calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), mede a variação de preços de um conjunto diversificado de produtos e serviços. 

Esses itens são aqueles comumente adquiridos por famílias urbanas, o que torna o IPC um indicador representativo do custo de vida e do poder de compra do consumidor brasileiro.

Um aumento no IPC indica que as famílias precisarão gastar mais para manter o mesmo padrão de vida, sugerindo uma diminuição do poder de compra. Inversamente, um IPC estável ou em queda pode indicar que o poder de compra está se mantendo ou aumentando, respectivamente.

O IPC é frequentemente utilizado para indexar salários e benefícios sociais, garantindo que estes acompanhem as mudanças no custo de vida.

Os dados são coletados em sete capitais brasileiras: Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. 

Essas cidades foram escolhidas por serem representativas de suas respectivas regiões, garantindo que o IPC reflita as variações de preços a nível nacional.

Índice Nacional de Custo da Construção (INCC)

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) é mais um dos índices calculados pela Fundação Getulio Vargas (FGV), e mede a evolução dos custos de construções habitacionais, capturando as variações de preços de materiais, equipamentos, serviços e mão de obra no mercado da construção civil.

A importância do INCC reside no fato de que ele serve como um termômetro para o setor de construção, um dos pilares da economia

As variações captadas pelo índice podem indicar tendências de mercado, como a demanda por novas construções ou reformas, e também refletem o impacto de políticas econômicas, como alterações na taxa de juros e na disponibilidade de crédito.

O INCC também é utilizado para reajustar o valor de contratos de obras, sendo um índice essencial para construtoras, incorporadoras, investidores e para o público em geral que está construindo ou adquirindo imóveis. 

Ele garante que os contratos reflitam as mudanças nos custos de construção ao longo do tempo, protegendo as partes envolvidas de variações inesperadas nos preços.

O IGP-M pode ser substituído pelo IPCA?

Agora que você entendeu como é calculado o IGP-M vamos para outra discussão…

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) e o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) são dois dos principais indicadores de inflação utilizados no Brasil para medir a flutuação dos preços e o custo de vida da população.

O IPCA é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e é o índice oficial de inflação do país. 

Ele mede a variação de preços de um conjunto de produtos e serviços consumidos pelas famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos, independentemente da fonte de renda, em diversas regiões metropolitanas do país. 

Por ser o índice utilizado pelo Banco Central do Brasil para estabelecer as metas de inflação, o IPCA tem um papel muito importante na economia.

Já o IGP-M, calculado pela FGV, é mais abrangente em termos de cobertura de preços e é frequentemente utilizado para reajustes de contratos de aluguel e outros tipos de contratos de longo prazo. 

Como mencionado anteriormente, ele é composto por três subíndices: IPA, IPC e INCC, cada um com sua metodologia e período de coleta de preços.

A principal diferença entre eles é que o IPCA é focado exclusivamente no consumidor final, medindo a variação de preços de uma cesta de bens e serviços adquiridos pelas famílias. Isso inclui itens como alimentos, bebidas, vestuário, habitação, saúde, transporte, educação e lazer. 

Já o IGP-M leva em conta as mudanças de preços em estágios anteriores da cadeia produtiva. Isso faz com que ele seja mais volátil e sensível a choques econômicos, como variações cambiais e alterações nos preços internacionais das commodities.

E é essa volatilidade que pode acabar prejudicando os negócios a ele atrelados. 

Por exemplo, se em janeiro de 2021 um contrato de aluguel tivesse o valor mensal de R$2.000,00, com a alta acumulada do IGP-M de 37,04% em 12 meses, o valor do contrato em janeiro de 2022 seria ajustado para aproximadamente R$2.740,80. 

Esse tipo de aumento, embora reflita as variações econômicas capturadas pelo índice, pode não estar alinhado com a realidade financeira dos envolvidos, especialmente se a renda ou o orçamento não acompanhou uma elevação proporcional. 

É por isso que muitas pessoas à época recorreram à justiça para renegociar os termos dos contratos, sugerindo a substituição do índice do IGP-M pelo IPCA, argumentando que ele apresentava uma variação mais moderada e alinhada com a realidade econômica vivenciada pelas empresas e consumidores.

E – na maioria dos casos – a Justiça decidiu em favor do inquilino!

O Projeto de Lei 2674/21, proposto pelo deputado Cezinha da Madureira, vai nessa mesma direção, pois busca alterar a referência para o reajuste dos contratos de aluguel, substituindo o IGP-M pelo IPCA. 

Ainda não foi aprovado, mas está na Câmara aguardando o seu andamento.

Já em janeiro de 2022, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) introduziu o IVAR/FGV, o Índice de Variação de Alugueis Residenciais. 

Este índice foi criado com o objetivo de fornecer uma medida mais específica e direcionada da variação dos preços de alugueis residenciais no Brasil. 

O IVAR/FGV mede a evolução mensal dos valores de alugueis residenciais em quatro das principais capitais brasileiras – Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre – com base em informações anonimizadas de contratos de locação.

E essa pode ser uma boa resposta à necessidade de um indicador que reflita mais precisamente as mudanças no mercado imobiliário residencial, em vez de depender de índices mais gerais que podem ser influenciados por fatores externos ao setor de habitação.

Dá para investir em IGP-M?

Como falamos em outro artigo, existem muitas maneiras de ganhar dinheiro no mercado imobiliário – e o investimento em IGP-M é uma delas. 

As Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) são opções de investimento de renda fixa que podem oferecer rentabilidade pós-fixada vinculada ao IGP-M. 

Além disso, fundos de crédito privado que investem em Títulos IGPM+ representam outra possibilidade. Eles aplicam em diversos ativos financeiros, incluindo títulos de dívida que pagam uma remuneração atrelada ao IGP-M.

Por fim, os fundos imobiliários de tijolos, que investem diretamente em propriedades imobiliárias como shoppings, escritórios e galpões industriais, podem ser uma opção interessante. 

Muitos contratos de locação desses imóveis são reajustados pelo IGP-M, o que pode refletir diretamente na distribuição de rendimentos do fundo.

É importante ressaltar que, como qualquer investimento, essas opções apresentam riscos e devem ser avaliadas com cuidado. 

A diversificação e a análise do perfil de risco são fundamentais antes de tomar decisões de investimento.

Ficou com alguma dúvida?

Neste artigo, falamos de diversos tópicos relacionados à economia brasileira, com foco especial nos índices de inflação e suas implicações.

Inicialmente, apresentamos o IGP-M, conhecido como a “inflação do aluguel”, e suas funções tanto no reajuste de alugueis quanto em outros contratos e tarifas públicas.

Mostramos também como é calculado o IGP-M.

Também apresentamos algumas polêmicas relativas ao uso do IGP-M como índice oficial para o mercado imobiliário e mostramos algumas alternativas que estão sendo avaliadas para substituí-lo, como o IPCA e o IVAR/FGV. 

Esperamos que esse artigo tenha te explicado tudo sobre como é calculado o IGP-M. 

Se tiver qualquer dúvida, fale conosco nos comentários.

Amamos responder nossos seguidores. 

Participe de nossa comunidade

Você é um agente imobiliário apaixonado por imóveis e está em busca de conteúdo relevante e atualizado para aprimorar suas habilidades e alavancar suas vendas?

Então venha para o nosso grupo no WhatsApp e leve sua carreira ao próximo nível.
Compartilhe o conteúdo

Uma resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Conteúdo relacionado